sábado, 14 de março de 2009

Viva Carolina Maria de Jesus!!! Esquecida por eles, porém Venerada Por Nós...

Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento, interior de Minas Gerais, em 14 de março de 1914. Estudou até o segundo ano primário. Migrou para São Paulo em 1947, indo morar na extinta favela do Canindé, na zona norte. Nessa cidade, trabalha como doméstica, não se adaptando, contudo, a esse tipo de trabalho. Passa a trabalhar como catadora de papel, trabalho que realiza até sua morte, em 1977. Carolina nunca se casou e teve três filhos.
Até aqui, temos uma história que poderia ser a de qualquer outra mulher brasileira pobre: negra, semi-alfabetizada, favelada, como tantas que existem pelo Brasil afora, não fosse por um detalhe – a paixão de Carolina Maria de Jesus pela leitura e pela escrita. Carolina dividia seu tempo entre catar papel, cuidar dos filhos e escrever.
Em 1958, aparece a primeira reportagem sobre Carolina no jornal Folha da Noite. No ano seguinte, é a vez da revista O Cruzeiro divulgar o retrato da favela feito por Carolina. Em meados da década de 1960, o jornalista Audálio Dantas, ao visitar a favela do Canindé para escrever uma matéria sobre a expansão do local, conhece Carolina, que lhe entrega os manuscritos de seu diário. Surge então seu primeiro livro, Quarto de despejo, livro-diário em que relata a fome cotidiana, a miséria, os abusos e preconceitos sofridos por ela, seus filhos e outros moradores da favela.

Além de Quarto de despejo, Carolina também publicou Casa de alvenaria (1961), Provérbios e Pedaços da fome (1963) e Diário de Bitita (publicação póstuma, realizada em 1982, pela editora francesa A. M. Métailié). Há indícios, na prosa da escritora, de que ela teria tido acesso a obras de grandes escritores brasileiros, provavelmente nas casas em que trabalhou, o que explicaria as menções em suas obras a poetas como Casimiro de Abreu e Castro Alves. Em seus livros, Carolina alterna incorreções ortográficas, sintáticas e de pontuação – reflexos da linguagem oral – com o emprego correto de termos específicos da linguagem escrita culta. Outro traço particular de Carolina Maria de Jesus é a sua consciência política e social. Passagens de seus livros mostram que a escritora estava sempre a par do que acontecia não só em São Paulo, mas também em outros Estados, provavelmente por meio de notícias lidas em jornais que via nas bancas. Apesar de todo o sucesso de seu primeiro livro, as publicações seguintes da autora não tiveram êxito, e Carolina caiu no esquecimento. Pobre, morreu na casa em que morava com o filho mais velho, no bairro de Parelheiros, em São Paulo, no dia 13 de fevereiro de 1977.


Porém Nós Pretos e Amantes da Literatura Periférica e Marginal, nunca Vamos esquecer dessa mulher que além de ser uma das maiores escritoras que o Brasil já viu, se tornou nossa Musa e fonte de Revolta e Inspiração!

Saiba mais Sobre o Livro "Quarto de Despejo"

http://www.znnalinha.com.br/blog_literatura/index.php

3 comentários:

  1. Salve!
    Carolina
    Preta Rainha
    Exemplo de vida e vitória
    Nossa vingança letrada

    Todo respeito

    Michel
    Elo da Corrente

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  2. Grande Carolina.Logo que conheci a sua historia de vida, me apaixonei.Linda, rica em consciência política, social e humana.Exemplo de mãe, mulher, guerreira.Fez uso da arma mais sábia(caneta, papel e simplesmente palavras);sem receio de cometer erros ortográficos porque o relevante era enviar a realidade da mensagem,da favela, do Brasil, do mundo.Carolina, rica fonte de grandeza e sabedoria.porém,esquecida e desvalorizada.Obrigada, Carolina Maria de Jesus por nos deixar tao bela herança:seus escritos.

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  3. amo o livro ela o quatro de despejo em muito lindo

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