domingo, 25 de maio de 2014

Ultima semana para envio de informações para Mapa do Rap 5 Anos

O Festival Reviva Rap completa 5 anos e queremos fazer um mapa do Rap na cidade e em todo o país, por isso participe, envie os dados abaixo para o email revivarap@gmail.com até o dia 30/05. Todos os grupo que enviarem os arquivos/informações corretamente estarão na publicação. O catálogo será disponibilizado para download no site do festival e algumas versões impressas.

Informações Mapa do Rap

Nome do Grupo
Local de Atuação: (Ex: Casa Verde/ SP)
telefone para contato
Site/blog/ Facebook
Foto do Grupo na melhor resolução possível

Em 2010 e 2011 o Festival Publicou um Catalogo intitulado “Mapa do Rap” com uma lista de grupos, contatos e regiões da cidade e do país estes grupos estão, o objetivo dessa publicação foi servir e criar um grande malling de contatos para produtores, artistas e articuladores culturais nas quebradas.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Mais uma chacina de jovens! Até quando? - Manifesto do Observatório da Juventude da zona norte da cidade de São Paulo Brasil

Quarta-feira, 16 de abril de 2014, quase duas horas da madrugada.
Praça Sete Jovens, Jardim Tereza - Jardim Eliza Maria, distrito da Brasilândia, zona
norte de São Paulo. Diversas pessoas conversam no gramado e nos banquinhos próximos
das árvores de goiabeira, ficus, pitanga e eucalipto que ficam no lado da rua Pedro Pomar.
Mais um dia de convivência na praça.

De repente, segundo diversos relatos, dois homens encapuzados, chegam vindos da rua
Carlos Lamarca a pé e, na maior covardia, começam a disparar sobre as pessoas que lá
estavam:
POW! POW! POW! POW! POW! POW! POW! POW! POW! POW! POW! POW! POW!

Na varanda da casa em frente uma jovem grita pelo terror que presencia e clama pela vida
de seu irmão e dos jovens agredidos:
NÃO! NÃO! NÃO!

Os assassinos saem correndo diante da firmeza e coragem da moça, descendo a rua Pedro
Pomar em direção à rua São Gonçalo do Abaeté.

+ 3 jovens foram assassinados covardemente:
Igor Caique Silva – ☆ 20/12/1996 -17 anos, 1 tiro nas costas
Cleiton Martins de Oliveira ☆19/04/1995 - 18 anos, 1 tiro na cabeça
Marcus Vinicius de Oliveira - ☆ 09/09/1991 - 22 anos, 7 tiros
+ 2 jovens foram brutalmente agredidos:
Rodrigo de Souza, de 29 anos levou 2 tiros nas costas
Eberton Silva de Castro que foi levado por seus familiares ao hospital, gravemente ferido
por coronhadas, murros e pontapés na cabeça.
Outros jovens conseguem escapar e sobreviver. A unidade móvel do SAMU- Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência -­‐ que fica na praça, logo aparece e leva dois jovens que
estavam feridos (Rodrigo e Cleiton, sendo que este não resistiu ao tiro na cabeça e faleceu
no hospital).
A ocorrência foi registrada no 72º distrito policial da vila Penteado. Menos de uma hora depois destes crimes, numa agilidade que não é comum, policiais e a equipe do dhpp - departamento estadual de homicídios e proteção a pessoa, realizam “perícia” e levam os corpos e projéteis do local. Deixaram na praça duas blusas com sangue, umas folhas de alumínio, indignação e um ar pesado, cheio de questionamentos.
O “procedimento” policial e militar Por que esta “perícia” foi feita logo após os assassinatos e ainda na escuridão da madrugada sendo que o “rabecão” do IML – Instituto Médico Legal - saiu antes das 4
horas da manhã da praça?
Por que na mesma manhã da quarta feira, 16 de abril de 2014, policiais militares dentro de viaturas, passaram pelo local dos crimes ameaçando os jovens, que lá estavam, dizendo “já morreram 3 esta madrugada, não fiquem por aí, que vai sobrar pra vocês também...”?
Por que na quinta-feira, 17 de abril, jovens colocavam faixas de protesto na praça, e foram abordados por um policial civil com distintivo e armado, que exigiu identificações e telefones?
Por que este policial vendo um motociclista passar com seu capacete levantado e ameaçando os jovens dizendo: “Olhaí. Já demos baixa em alguns” não custa nada baixar outros”, continuou sua “abordagem profissional” como se não tivesse visto ou ouvido nada?
Que praça é esta?
A praça Sete Jovens leva este nome para homenagear adolescentes que foram vítimas de uma chacina semelhante. No dia 1º de fevereiro de 2007, no escadão da rua Olga Benário, bem próximo da praça no Jardim Tereza, acabou acontecendo uma grande tragédia, que ficou conhecida, através da mídia, como a chacina dos 7 jovens do Jardim Eliza Maria, zona norte de São Paulo. Ewerton Damião Silva de Freitas-18 anos, Rafael Jesus da Rocha -20 anos, Douglas Ribeiro Francelino -17 anos, Robson Oliveira Novais Cavalcante -16 anos, os irmãos Francisco Itamar Lima da Silva -17 anos e Antônio Elias Lima da Silva -27 anos, estes seis foram assassinados e um jovem ainda está vivo, Leandro Siqueira, o Mineirinho, com 19 anos na época.
Todos sem ficha criminal, apenas 7 jovens da periferia, que conversavam entre si no final da tarde quando, quatro ocupantes encapuzados saem de um Fiat Palio declarando-se policiais e mandam que eles virem de costas antes de dispararem muitos tiros com pistolas e revólveres. Apenas um sobreviveu. A investigação policial apontou para o envolvimento de integrantes do 18º Batalhão da Polícia Militar e da ROTA, que também mataram o coronel da pm José Hermínio Rodrigues em 2008, na avenida eng. Caetano Alvares, zona norte de São Paulo.
A praça 7 jovens é utilizada por pessoas de todas as idades. Tem campo de futebol, quadra de basquete, pista de skate, palco aberto, dois espaços com brinquedos para crianças, uma escola municipal coronel José Hermínio Rodrigues, duas creches e uma unidade do SAMU.
A juventude se mobiliza e homenageia seus amigos e familiares No domingo, 20 de abril de 2014, aproximadamente cem pessoas acenderam velas e vestiram camisetas com dizeres clamando por justiça e paz, numa homenagem aos jovens assassinados, agredidos e a seus familiares durante o #SAMBAdoBOWL, evento realizado mensalmente na praça, por jovens moradores do entorno.
Apesar de chocante, o episódio não foi noticiado pelos grandes veículos de comunicação.
A atuação de alguns policiais no macabro episódio e depois dele, indica uma relação indevida e cúmplice com os assassinatos por parte de quem deveria defender as pessoas e a vida.

As perguntas que não querem calar.
Quem são os criminosos?
Estão a mando de quem?
Por que policiais rondam a praça fazendo ameaças covardes e corruptas?

Perguntas que não entraram na pauta da imprensa tradicional. O silêncio e a omissão das autoridades é ensurdecedor e criminoso. Perguntas insuportáveis de ficarem sem respostas mais uma vez.
Os assassinatos não param. A morte continua Nesta manhã de 1º de maio de 2014, ficamos sabendo que ontem às 22h30, na rua Padre Manoel Honorato, no Parque Belém, a 650 metros da praça Sete Jovens, dois homens descarregaram tiros de pistolas 9mm e 380 em mais 5 jovens: 2 primos mortos de 17 anos Lucas Otavio da Silva Lima, vidraceiro e Matheus Jackson da Silva, pedreiro e 3 feridos:
Bruno Erasmo Santos, 15 anos estudante, kelvin Robert Borges 20 anos e Alan Custodio 23 anos... Todos jovens na porta de suas casas bem na calçada que eles, familiares, amigos e amigas trocavam idéias e criavam vida. Vida plena. A vida destes jovens, seus parentes e amigos acaba de sofrer uma agressão abominável. E recebem mais outra agressão na tarde desta quinta-feira, 1º de maio, às 13h30m, por dois policiais que, de dentro de uma viatura da polícia militar (marca volkswagen modelo space fox), ameaçam “avisando” para que não fiquem na rua a noite pois haverá “toque de recolher” Até quando?

Discursos para nos calar
Quando morreram os sete jovens em 1º de abril de 2007, o que se ouvia era “que eram meninos envolvidos com o tráfico”. Não eram!!! Eram apenas jovens que foram assassinados por policiais mascarados que no ano seguinte mataram o coronel da polícia militar José Hermínio Rodrigues.
Dia 16 de abril de 2014, mais 5 jovens e outros que conseguiram se salvar, sofrem atentados criminosos. Diversas pessoas afirmaram “ah, estavam no lugar e hora fazendo coisa errada...” Não estavam!!!
Na noite passada, 30 de abril, esta mesma violência se repete. Até quando? Até quando jovens, da periferia ou não, continuarão sendo exterminados na cidade e no estado de são paulo (assim mesmo, minúsculas letras, pra dizer o nome de uma cidade e um estado que se apequenam e se omitem diante da violência assassina de muitos policiais e justiceiros.
Todos covardes e assassinos!
Até quando?

"[...]
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
[...]"
Pela rigorosa apuração destes crimes!
Pelo fim da cultura da violência, do medo e da omissão!
Pelo fim do extermínio de jovens!
Continuaremos lutando pela vida para todos com dignidade e liberdade.
Vida Viva!
Viva a Vida!