Segue a homenagem do coletivo a nossas mulheres que com muito carinho, deidcação, amor e força construiram nosso país, lembramos de vocês todos os dias, mas hoje queremos prestar homenagem, pois é um dia de resitência (RESPEITO E AMOR). Segue um texto chamado "Pão e Rosas" da irmã Mara Onija, Publicado na coletânea Poetas suburbanos 4.
Pão e Rosas
Mara Onija
Nosso canto é o espanto
Dos que nos julgaram mortas
Pão e Rosas Pão e Rosas
Eu sou confronto do pranto
A agonia que estoura
Pão e Rosas Pão e Rosas
Eu vou rimando e marchando
Chega de dor, quero glórias
Pão e Rosas Pão e Rosas
O medo aqui já foi tanto
Mas será nossa a vitória
Pão e Rosas Pão e Rosas
Já não mais peço, exijo
Hoje eu renego seus livros
Com seus heróis e princesas
Suas ditadoras belezas
Fraqueza aqui não é virtude
Seu discurso não me ilude
Suas condolezas não falam por mim e nem por nós
Sou Zeferina, Luiza Mahin, não calam nossa voz
Mulher que busca na luta emancipação
Me fez de escrava, mucama
Me fiz guerreira que inflama
Que se rebela e que chama
Não silencia, não cansa, avança
Me fez de ama de leite
Meu estupro foi seu deleite
Hoje me diz foi fraterno
Sua teoria farsante não quero
Sou reverso da submissão, não parei
Já nos tumbeiros fiz insurreição, confrontei
Incendiei seu engenho, fiz revolta dos malês
Eu te matei com veneno, levantes organizei
Cadê meus filhos jogados, largados na roda dos expostos
Cadê meu seio arrancado, cadê meus irmãos mortos
Sangue nos dedos cortados, marcados
Sem freios assim trabalho dobrado, acelerado
Suor no corpo, no rosto
Quarenta graus de sufoco
Correu a lágrima, sequei
A dor ainda não matei
Eu sou aquelas operárias que você matou
As lutadoras em greve que você incendiou
Sou as mulheres na Rússia no seu sangrento domingo
Eu sou a mãe que ergue a bandeira vendo preso o seu filho
Sou palestina em Gaza combatendo sionista
Sou mexicana em Oaxaca enfrentando a polícia
Sou Rosa Parks sentada no banco que é do branco
Que não levanta, não cede, causando tanto espanto
Sou a menina na noite explorada por turista
Sou haitiana estuprada por um prato de comida
Nas plantações de algodão eu sou o canto do blues
Voz que ecoa e levanta os escravizados no sul
Se vocês homens não vão, nós mulheres iremos
Contra os ingleses em Gana Asantewaa combatendo
Não sou lamento fracassou seu intento de me apagar
Ainda me agüento mesmo no relento eu vou desafiar
Rasgando os véus e suas regras que nossas vidas destroçam
Já não aceito seus preceitos, sou também Pão e Rosas
Mara Onija
Nosso canto é o espanto
Dos que nos julgaram mortas
Pão e Rosas Pão e Rosas
Eu sou confronto do pranto
A agonia que estoura
Pão e Rosas Pão e Rosas
Eu vou rimando e marchando
Chega de dor, quero glórias
Pão e Rosas Pão e Rosas
O medo aqui já foi tanto
Mas será nossa a vitória
Pão e Rosas Pão e Rosas
Já não mais peço, exijo
Hoje eu renego seus livros
Com seus heróis e princesas
Suas ditadoras belezas
Fraqueza aqui não é virtude
Seu discurso não me ilude
Suas condolezas não falam por mim e nem por nós
Sou Zeferina, Luiza Mahin, não calam nossa voz
Mulher que busca na luta emancipação
Me fez de escrava, mucama
Me fiz guerreira que inflama
Que se rebela e que chama
Não silencia, não cansa, avança
Me fez de ama de leite
Meu estupro foi seu deleite
Hoje me diz foi fraterno
Sua teoria farsante não quero
Sou reverso da submissão, não parei
Já nos tumbeiros fiz insurreição, confrontei
Incendiei seu engenho, fiz revolta dos malês
Eu te matei com veneno, levantes organizei
Cadê meus filhos jogados, largados na roda dos expostos
Cadê meu seio arrancado, cadê meus irmãos mortos
Sangue nos dedos cortados, marcados
Sem freios assim trabalho dobrado, acelerado
Suor no corpo, no rosto
Quarenta graus de sufoco
Correu a lágrima, sequei
A dor ainda não matei
Eu sou aquelas operárias que você matou
As lutadoras em greve que você incendiou
Sou as mulheres na Rússia no seu sangrento domingo
Eu sou a mãe que ergue a bandeira vendo preso o seu filho
Sou palestina em Gaza combatendo sionista
Sou mexicana em Oaxaca enfrentando a polícia
Sou Rosa Parks sentada no banco que é do branco
Que não levanta, não cede, causando tanto espanto
Sou a menina na noite explorada por turista
Sou haitiana estuprada por um prato de comida
Nas plantações de algodão eu sou o canto do blues
Voz que ecoa e levanta os escravizados no sul
Se vocês homens não vão, nós mulheres iremos
Contra os ingleses em Gana Asantewaa combatendo
Não sou lamento fracassou seu intento de me apagar
Ainda me agüento mesmo no relento eu vou desafiar
Rasgando os véus e suas regras que nossas vidas destroçam
Já não aceito seus preceitos, sou também Pão e Rosas
Nenhum comentário:
Postar um comentário